Uma investigação do Fantástico encontrou problemas em unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em sete estados do país: de um lado, situação precária; do outro, ambulâncias novas paradas. Na Paraíba, um dos estados que mais receberam ambulâncias no ano passado, dos 160 novos carros 90 ainda estão parados, inclusive escondidos.
Em Juripiranga, cidade de dez mil habitantes na Zona da Mata, a ambulância estava escondida em uma casa. Em Guarabira, são três unidades paradas, incluindo uma UTI móvel sofisticada. Segudo a secretária de Saúde do município, Alana Brandão Barreto, falta organizar a central de regulação da Prefeitura de João Pessoa. Já a secretária da capital, Roseana Meira, se defendeu. “Não se estrutura uma rede do dia pra a noite. Você leva um tempo, tanto para construção, para ter equipe”, disse.
Em Sapé foram encontradas duas ambulâncias paradas há mais de um ano no estacionamento de um hospital. Em contato com o Samu pelo telefone 192, a equipe de reportagem foi informada que a cidade não disponibilizava de ambulância para atendimento de emergência.
O secretário de Saúde de Sapé, Garibaldi Pessoa, respondeu: “Estamos fazendo nossa parte, que é a construção da base no nosso município, que estará pronta no próximo dia 15 de outubro”.
Para o coordenador do Samu, Cláudio Teixeira Régis, é estranho que a distribuição das ambulâncias tenha sido feita antes dos municípios terem a estrutura adequada para recebê-las. Ele responsabilizou a gestão estadual anterior.
O atual secretário de Saúde do estado, Waldson Dias de Souza, também culpou o governo anterior, argumentando que as ambulâncias foram entregues seguindo critérios políticos de 'agraciamento'. Para ele, se fosse uma escolha técnica, alguns municípios não receberiam ambulância. “Não receberiam, porque não têm condição nenhuma de compor uma região de saúde e nem serviços para poder regular estas ambulâncias”, declarou.
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